
John Textor chega ao Botafogo no Estádio Nilton Santos. Foto: Vitor Silva/Botafogo.
Botafogo vira a chave e dá adeus a Renato Paiva
O Botafogo decidiu chacoalhar a poeira e dar uma guinada no comando técnico depois de mais uma novela dramática digna de enredo de escola de samba na Sapucaí.
Na madrugada desta segunda-feira (30), enquanto muitos torcedores ainda tentavam entender como o time caiu para o Palmeiras na Copa do Mundo de Clubes, John Textor, o manda-chuva da SAF do Botafogo, resolveu demitir o técnico Renato Paiva.
Agora, o Glorioso corre contra o tempo — e contra o calendário — para achar um novo comandante que encarne de vez o tal do “Botafogo Way”, filosofia que promete transformar o clube em um time ofensivo, moderno e, quem sabe, campeão.
O que é o misterioso “Botafogo Way”?
Para quem acha que o “Botafogo Way” é só mais uma expressão de marketing, fique sabendo: para Textor, isso é quase uma religião.
O magnata americano, que parece ter lido todos os manuais de futebol europeu em uma sentada só, acredita que o Botafogo deve jogar como se fosse um Manchester City em preto e branco: com posse de bola, controle total das ações e, claro, muitos gols para sacudir a rede e a galera.
Nada de retranca ou “ferrolho suíço” — aqui a ordem é atacar, atacar e atacar. Se der para defender também, melhor ainda.
Por que Renato Paiva caiu?
Renato Paiva, contratado em fevereiro para substituir Artur Jorge (outro português que trocou o Rio pela grana do Catar), até tentou botar em campo um futebol organizado.
Teve seus momentos de glória, como a vitória histórica contra o Paris Saint-Germain, que ainda rende memes e posts orgulhosos nas redes. Mas bastou a eliminação para o Seattle Sounders e o fatídico jogo contra o Palmeiras para a paciência acabar.
Resultado: Paiva sai de General Severiano com 12 vitórias, três empates e oito derrotas em 23 partidas. Um saldo digno de técnico que faz o arroz com feijão, mas que não satisfaz o paladar gourmet de John Textor.
Quem pode ser o novo técnico do Botafogo?
Enquanto isso, o torcedor do Botafogo já faz suas apostas no botequim do bairro: quem será o novo técnico do Botafogo? Há quem peça um gringo “cascudo”, que mande o time subir as linhas como se fosse treino de videogame.
Outros sonham com um brasileiro de DNA ofensivo, estilo Fernando Diniz — mas sem as expulsões e polêmicas.
E o elenco? Bem, os jogadores voltam ao Rio nesta terça-feira (1º) e terão duas semanas de treino para absorver, se tudo der certo, as ideias do novo chefe antes do próximo desafio: um clássico contra o Vasco, em Brasília, no dia 12 de julho.
No meio dessa caça ao novo técnico do Botafogo, Textor também tem um olho na janela de transferências, que está prestes a abrir. Afinal, de nada adianta ter um treinador revolucionário se não houver peças novas para dar liga.
A torcida, ansiosa e desconfiada como sempre, espera que dessa vez o planejamento não seja como aqueles carros populares que prometem muito, mas falham na subida da ladeira.
O recado de Textor: menos chutão, mais show
Entre uma especulação e outra, o “Botafogo Way” vai ganhando forma de slogan — e de meme.
Na reunião após a eliminação, Textor deixou claro para atletas e funcionários que quer ver o time jogando com coragem, intensidade e, sobretudo, futebol vistoso.
Em outras palavras: o torcedor não quer mais sofrer vendo chutão para frente e zagueiro dando balão. A meta agora é posse de bola e gol, de preferência em dobro.
Contagem regressiva: Vasco à vista
Enquanto isso, o Vasco, próximo adversário, observa de camarote, torcendo para que o “novo Botafogo” ainda esteja em modo de instalação do sistema.
Entretanto, se tem uma coisa que a torcida alvinegra sabe, é que no futebol tudo muda de uma hora para outra. E quem sabe essa mudança de rota não faz o Botafogo, finalmente, espantar a síndrome do quase e embalar uma temporada que promete dar o que falar.
Resta agora esperar o anúncio oficial do novo técnico do Botafogo. A única certeza é que Textor não vai medir esforços — nem cifras — para fazer o tal “Botafogo Way” sair do PowerPoint e invadir os gramados.
Enquanto isso, o torcedor segue na arquibancada virtual, atualizando o feed, roendo as unhas e torcendo para que, dessa vez, o Glorioso seja mesmo glorioso.