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Adam Bareiro no Fortaleza: saiba tudo sobre o novo centroavante do Leão

O torcedor do Fortaleza está cansado de promessa que não vinga.

Há temporadas, o clube procura o tal camisa 9 que faça a rede balançar com frequência, sem exigir que a torcida esgote a paciência a cada gol perdido.

Eis que surge o nome da vez: Adam Bareiro, paraguaio de 28 anos, currículo recheado de carimbos de passaporte, mas com a mesma dúvida que paira no ar: ele é o homem certo para virar o jogo ou mais uma aposta que pode sair caro?


Quem é Adam Bareiro? O paraguaio que já foi de tudo um pouco

Para começar, é preciso entender quem é Bareiro antes de dar um veredito. Não dá para rotular o paraguaio apenas como mais um atacante de área.

É verdade que sua posição oficial é de centroavante — o famoso camisa 9, aquele que teoricamente vive de empurrar bola para as redes — mas Bareiro é um pouco mais complexo do que a placa na camisa sugere.

Nascido em 26 de julho de 1996, Bareiro ganhou projeção no futebol sul-americano jogando pelo San Lorenzo, onde teve a fase mais goleadora da carreira.

Foram 37 gols em 106 jogos. Para um atacante, isso não é pouca coisa. É o tipo de rendimento que faz diretor de futebol abrir planilha de orçamento, ligar para empresário e colocar o nome na lista de reforços.

Tanto é que, depois de brilhar no San Lorenzo, o River Plate decidiu apostar. Pagou cerca de 4 milhões de euros para tê-lo em 2022.

Parecia casamento perfeito: clube grande, torcida exigente, jogador com fome de gol. Mas como costuma acontecer com transferências sul-americanas, o roteiro mudou rápido.

Em 16 jogos pelo River, Bareiro não balançou as redes nenhuma vez. Foi emprestado para o Al-Rayyan, no Catar, onde fez 6 gols em 17 partidas.

Antes disso, o paraguaio já tinha rodado: jogou pelo Monterrey, pelo turco Alanyaspor, Atlético San Luís, Olimpía e Nacional. No Nacional, marcou 28 gols em duas temporadas — outro número que pesa a favor do currículo.


O Negócio: quanto o Fortaleza pagou para trazer Bareiro

Marcelo Paz (CEO do Fortatela) e o atacante Adam Bareiro – Foto: Mateus Lotif/FEC

Agora chegamos à parte que faz diretoria suar frio e torcedor ficar de olho em cada centavo: quanto custou a nova aposta do Laion?

O Fortaleza desembolsou 1,8 milhão de dólares, o que dá aproximadamente R$ 9,7 milhões na cotação atual, para ter entre 50% e 70% dos direitos econômicos do atleta — essa parte varia de acordo com a fonte. Para o orçamento do clube, não é pouca coisa.

O contrato é de longo prazo: vai até o fim de 2027, com possibilidade de renovação por mais uma temporada.

O CEO Marcelo Paz não escondeu o entusiasmo: classificou Bareiro como um “goleador de área” com bom cabeceio e dinâmica de jogo.

Em tese, uma peça para dar fim à carência de gols no ataque.


Fortaleza: um clube em busca do gol perdido

Para entender o contexto, é preciso olhar para dentro do Pici.

O Fortaleza não sofre por falta de organização, de torcida apaixonada ou de bons jogos.

O problema é mais específico: falta de gols em momentos decisivos.

Lucero e Deyverson estão lá para cumprir a função de camisa 9, mas até aqui não resolveram a dor de cabeça.

O resultado? Torcida impaciente, técnico tentando reinventar esquema e diretoria sendo pressionada a buscar solução no mercado.

É nesse enredo que Bareiro desembarca no Castelão: como a esperança de transformar finalização em grito de gol.


Estatísticas: números que não mentem, mas também não contam tudo

Aqui entra o ponto que separa otimismo de cautela. Em média, Bareiro marca um gol a cada 3,3 partidas.

Para alguns, um número aceitável. Para quem sonha com um Fred ou um Pedro em versão tricolor, é pouco.

Por outro lado, o paraguaio não é apenas um finalizador. Seu estilo evoluiu. Hoje, Bareiro é um atacante que gosta de participar da construção de jogadas.

Na carreira, soma cerca de 18 assistências — um dado que mostra que ele não vive exclusivamente para empurrar a bola para dentro, mas também para dar o passe final.

É aí que surge a pergunta: o Fortaleza precisa de um fazedor de gols clássico ou de um atacante associativo?

Se a ideia é ter um pivô que distribua o jogo, Bareiro pode se encaixar. Mas se o time sonha com um artilheiro que resolva jogos sozinho, talvez a história seja outra.


O Estilo Bareiro: muito mais do que um poste na área

A grande questão sobre Bareiro é entender onde ele rende mais.

Não espere dele o típico camisa 9 estático, parado no meio da área esperando cruzamento.

Ele gosta de sair, buscar jogo, tabelar. Tem velocidade razoável, leitura de espaço, passe em profundidade.

Parece ótimo no papel. Mas para funcionar, depende do técnico saber como usá-lo.

Juan Pablo Vojvoda, comandante do Fortaleza, precisará ajustar o esquema para aproveitar esse DNA.

Se empurrar Bareiro para dentro da área e deixá-lo cercado por zagueiros pesados, é pedir para o atacante virar meme a cada chance desperdiçada.


O Risco: Mega-Sena ou conta que não fecha?

Aqui cabe uma analogia que todo torcedor entende: contratar Bareiro é como apostar na Mega-Sena acumulada.

O prêmio é grande: se der certo, resolve um problema histórico no ataque, ajuda na Libertadores, vira ídolo. Mas se o bilhete não for premiado, é mais um reforço caro que some em campo e aparece só na conta bancária.

O histórico dele mostra altos e baixos.

Brilhou no San Lorenzo, naufragou no River Plate, teve lampejos no Catar. Isso faz do paraguaio uma incógnita.

Há talento, mas também há uma coleção de capítulos em que o rendimento não justificou o investimento.


O Contexto Financeiro: Fortaleza não pode mais errar

Outro detalhe que transforma Bareiro em assunto quente é o bolso.

O Fortaleza não tem o luxo de errar. Cada contratação errada pesa no balanço.

O torcedor entende isso. Quer gritar gol, quer taça, mas não aceita mais ver o clube queimar dinheiro com jogadores que viram piada.

É por isso que a chegada de Bareiro não pode ser tratada como reforço “de ocasião”.

É preciso planejamento para que ele renda. Que tenha assistência de meio-campistas, jogadas ensaiadas, um esquema que favoreça sua movimentação.


O que o técnico precisa fazer para Bareiro render

Vojvoda, estrategista que é, sabe que Bareiro não pode ser mais um centroavante isolado. Para que funcione, precisa de:

  • Bolas em profundidade, para explorar sua mobilidade.
  • Parceiros de ataque que entendam suas tabelas curtas.
  • Laterais que apoiem com qualidade, para cruzamentos rasteiros, onde Bareiro costuma ser mais perigoso do que em bolas aéreas.
  • Meio-campo criativo, capaz de abastecê-lo com passes açucarados.

Torcida: desconfiança misturada com esperança

É impossível não sentir o misto de esperança e desconfiança na arquibancada.

O torcedor sabe que Bareiro tem talento. Viu vídeos, leu números, lembra do nome no San Lorenzo. Mas também sabe que jogador que rodou muito carrega bagagem de incerteza.

Em grupos de WhatsApp e redes sociais, a piada está pronta: se Bareiro fizer gol, é gênio. Se não fizer, é meme. Simples assim.

E ninguém quer ver o meme viralizar no Twitter pós-jogo.


Lições do Passado: por que essa contratação precisa ser diferente

O histórico do Fortaleza com atacantes é uma coleção de capítulos curtos. Vários chegaram com cartaz e saíram pela porta dos fundos sem deixar saudade.

O risco de Bareiro repetir essa história existe. Por isso, a diretoria precisa tratar essa contratação como um projeto.

Não basta pagar o passe e deixar o resto acontecer. É preciso dar estrutura, respaldo, ajustar taticamente.

Jogador nenhum resolve sozinho — ainda mais um atacante que depende do coletivo.


Bareiro no Brasileirão e na Libertadores: o que esperar?

A ideia é clara: Bareiro chega para ser peça chave no Brasileirão e na Libertadores. Dois campeonatos que exigem regularidade.

Não dá para brilhar num domingo e sumir nos três jogos seguintes. Essa é a grande crítica que Bareiro carrega desde a passagem pelo River.

Se repetir o roteiro de bons momentos alternados com sumiços, o Fortaleza terá mais um problema para resolver na próxima janela de transferências.


O Veredito: vale a pena?

Então, vale a pena ou não? A nossa resposta aqui do Palpitix é aquela que ninguém gosta, mas é a única honesta: depende.

Bareiro tem talento, histórico de gols, experiência internacional. Mas também tem oscilação, números que não empolgam como matador, e um passado recente que levanta dúvidas.

Se o Fortaleza acertar no encaixe, Bareiro pode ser o 9 que faltava para transformar finalizações em gols, evitar empates sofridos, ganhar clássicos e avançar na Libertadores.

Se errar, é mais um na lista de apostas caras que deixam a torcida na bronca.


Para Fechar: o gol ainda vale mais que o meme

No fim do dia, o torcedor quer o óbvio: ver a rede balançar. Quer camisa 9 que faz o goleiro buscar bola no fundo da rede.

Bareiro pode ser esse cara, desde que encontre o ambiente certo, o esquema certo e a confiança que teve no auge com a camisa do San Lorenzo.

Se vai virar manchete ou piada, só o tempo dirá.

Mas uma coisa é certa: o Fortaleza não pode se dar ao luxo de errar de novo.

E Bareiro não pode perder a chance de provar que, mesmo rodado, ainda tem bala na agulha para decidir jogos.

Enquanto isso, cada passe, cada gol, cada domingo vai ser um novo capítulo dessa aposta que promete fazer barulho — para o bem ou para o meme.

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